sexta-feira, 29 de abril de 2011

Pensamento da semana


" A Ciência serve para nos dar uma ideia de quão extensa é a nossa ignorância. "

                                      Felicité de Robert de lamennais - Filósofo

 Composto de cogumelo suprime cancro da próstata

Testes realizados em ratos foram cem por cento eficazes

'Coriolus versicolor' é usado na medicina tradicional asiática
Um cogumelo usado na Ásia com fins medicinais revelou-se totalmente eficaz na supressão do desenvolvimento de tumores de próstata, em testes com ratos realizados num estudo da Queensland University of Technology, Austrália.

Apesar de a medicina tradicional já utilizar este cogumelo - Coriolus versicolor ou Yun-zhi - pelos seus efeitos terapeuticos, a investigação publicada na revista científica “PLoS One” é a primeira a mostrar a sua eficácia em células estaminais do cancro.

O Coriolus versicolor apresenta um composto denominado por polissacaropeptídeo (PSP). Os investigadores extrairam-no do caule do cogumelo e aplicaram-no em células estaminais do cancro da próstata, tendo suprimido a formação de tumores nos ratos.
'Coriolus versicolor' é usado na medicina tradicional asiática"No passado, outros inibidores testados em ensaios [clínicos] tinham-se mostrado eficazes até 70 por cento, mas com este composto a eficácia contra a formação de tumores é de cem por cento", explicou Patrick Ling, líder da equipa de investigadores, acrescentando que o "mais importante é que não se verificaram efeitos secundários derivados do tratamento”.

De acordo com o cientista, as terapias convencionais só eram eficazes em atingir determinadas células cancerígenas, mas não as estaminais, que iniciam o tumor e causam a progressão da doença.

Patrick Ling
Patrick Ling
Durante os ensaios clínicos, os ratinhos, que foram manipulados para desenvolverem tumores da próstata, alimentaram-se 20 semanas com PSP. Depois deste período, não foram encontrados tumores em nenhum dos roedores alimentados com PSP, enquanto aqueles que não receberam o composto desenvolveram tumores de próstata.

“O estudo sugere que o PSP pode ser um potente agente preventivo contra o cancro da próstata, possivelmente por atingir a população de células estaminais desta doença",
destacou Ling.

Apesar de estes cogumelos terem propriedades medicinais reconhecidas, o investigador sublinhou que os efeitos do PSP demonstrados neste estudo não são possíveis de alcançar com o simples facto de se comerem Coriolus versicolor.

 

Interior da Lua contém tanta água como o da Terra

O interior da Lua contém tanta água como as profundezas da Terra, revela uma investigação divulgada na revista científica Science, que questiona a teoria da formação do único satélite natural do "planeta azul".
foto Universiade de Brown/AFP
Interior da Lua contém tanta água como o da Terra
Amostra prova existência de água no interior da lua
A descoberta realça ainda que a Lua contém cem vezes mais água do que os cientistas pensavam.
Os autores da investigação, citada pela agência AFP, chegaram a estas conclusões depois de terem encontrado moléculas de água, assim como outros elementos voláteis, nas amostras de magma lunar retidas em grânulos de vidro vulcânico recolhidos pelos astronautas da Apollo 17, a última missão espacial na Lua, em Dezembro de 1972.
"As amostras de magma [lançadas das grandes profundezas lunares pela actividade vulcânica há muitos milhares de anos] são a melhor medida de que dispomos para avaliar a quantidade de água no interior da Lua", assinalou um dos autores da investigação, James Van Orman, professor de Geologia.
Segundo o perito, o interior da Lua "parece bastante semelhante" ao interior da Terra quanto ao que se sabe sobre a abundância de água.
Na verdade, os investigadores detectaram no magma lunar concentrações de água e elementos voláteis como flúor, cloro e enxofre em quantidades idênticas às medidas no magma solidificado das cristas oceânicas terrestres.

 

 

 Universidade de Évora quer criar Instituto de Energia Solar

Tem como objectivo o desenvolvimento de tecnologia e de conhecimento da universidade para ser colocado à disposição das empresas

A Universidade de Évora (UÉ) quer criar o Instituto Português de Energia Solar (IPES), um interface entre a academia e as empresas, que tem como objectivo o desenvolvimento de tecnologia e de conhecimento da universidade para ser colocado à disposição das empresas.

Na universidade alentejana já estiveram empresas da área da energia solar e instituições de investigação para conhecer o projecto, sendo que manifestaram interesse em integrar aquele que será o primeiro instituto português dedicado a esta área.

Com a primeira licenciatura em Engenharia das Energias Renováveis e com a primeira cátedra dedicada a esta matéria, a UÉ teve a iniciativa de criar o IPES, numa região do país que tem recebido projectos importantes na área da energia solar.

Numa primeira reunião, onde foi avaliado o interesse de um conjunto de grandes empresas portuguesas na área da energia solar e de instituições de investigação, foram discutidos os objetivos e os estatutos deste instituto, bem como foram ouvidas contribuições dos potenciais associados.

A transferência do conhecimento entre a universidade e as empresas é, segundo o reitor da instituição universitária, Carlos Braumann, o objectivo principal do instituto, o que faz dos empresários uma das “peças fundamentais”.

Para o titular da Cátedra BES, Manuel Collares Pereira, “a adesão foi muito boa. Todos se manifestaram interessados e reconheceram o grande mérito desta iniciativa. Agora vamos trabalhar no sentido de caminhar para uma definição mais afinada e que nos vai permitir criar o IPES”.

O IPES pretende ser aglomerador, congregando os esforços de todos os intervenientes, através da cooperação e do trabalho em conjunto.

 

 

 Projecto português financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates

João Gonçalves propõe terapia inovadora contra a SIDA
O financiamento permite O investigador João Gonçalves, da Faculdade de Farmácia e do Instituto de Medicina Molecular em Lisboa, acaba de receber um financiamento da Fundação Bill & Melinda Gates para desenvolver nanopartículas com propriedades terapêuticas capazes de eliminar o vírus HIV-1 de indivíduos infectados.

Em entrevista ao Ciência Hoje, o cientista afirmou que o projecto intitulado «Nanotechnology against viral latency: Sensor strategies to eliminate HIV-1 infected cells», escolhido entre os 2500 apresentados para ser financiado pela fundação, na sexta ronda do programa mundial Grand Challenges Exploration, “pretende curar a SIDA”.
De acordo com João Gonçalves, “a latência viral é um processo pelo qual o HIV-1 fica residente nos linfócitos e não se replica activamente. Quando as condições são propícias as células ficam activadas e o vírus replica-se. Estas células são chamadas de santuários do HIV-1 porque o vírus pode ficar ‘escondido’ do sistema imunitário nesses locais durante toda a vida do doente. Desse modo, a SIDA é considerada uma doença incurável porque o vírus não pode ser eliminado do organismo. O projecto propõe alterar esta situação, matando as células que estão infectadas pelo HIV-1 de modo a eliminar o vírus dos doentes infectados. As células que não estão infectadas serão poupadas a esta estratégia”.

Duas estratégias

O projecto utiliza “duas estratégias que podem ser complementares ou actuar de forma independente”, explicou o professor. A primeira inclui “a utilização de nanopartículas ou particulas tipo-vírus com anticorpos à superfície onde é incorporado um plasmideo que codifica o activador viral. Quando este activador viral é expresso vai actuar sobre o promotor do vírus integrado na célula activando a expressão viral. Em resposta, o vírus produz as suas proteínas e estas irão actuar especificamente sobre o promotor do plasmideo terapêutico que induz a expressão de uma toxina, matando as células infectadas. Aquelas células que poderão receber o plasmideo, mas que não tenham o vírus incorporado não serão mortas porque não expressam proteínas virais e deste modo não activam a expressão da toxina”.


A terapia está neste momento em desenvolvimento 
A segunda estratégia passa pela “utilização de nanopartículas ou partículas tipo-vírus com anticorpos à superfície onde é incorporado um plasmideo que expressa uma proteína de dedos de zinco construída por nós que reconhece regiões específicas do ADN viral. Quando estas proteínas reconhecem essas sequências conservadas no HIV-1 ligam-se ao ADN e activam uma enzima que vai clivar o pró-farmaco Ganciclovir e matar a célula”. Nesta estratégia, acrescentou, “não é necessário sequer activar o vírus, basta que estas proteínas que actuam como sensores possam detectar a sequência de ADN viral”.

A terapia inovadora foi financiada em cem mil dólares e durará 12 meses. “Está neste momento em desenvolvimento e levará mais um ano até que esteja realizada a primeira parte da validação laboratorial”, adiantou João Gonçalves. “Após esta fase, os resultados serão avaliados e dependendo da sua eficácia, os ensaios in vivo serão financiados pela Fundação Bill and Melinda Gates”, desta vez com um milhão de dólares, explicou.

Para o investigador, “este financiamento permite, em termos práticos, arriscar numa ideia pouco ortodoxa e audaz para a cura de doenças virais e testar, na prática, hipóteses e tecnologias que poderão desenvolver terapêuticas mais eficazes, não só contra vírus mas também contra o cancro”. Mais acrescentou: “Em termos científicos, significa o reconhecimento de uma ideia ambiciosa num campo extremamente competitivo como é o HIV-1”.

Imagem de molécula dá novas pistas sobre HIV e cancro

Cristalografia de raios-X permitiu determinar estrutura da CXCR4

 

Investigadores norte-americanos criaram uma imagem de uma importante molécula que está ligada ao cancro e à infecção por HIV, que poderá ajudar no tratamento de ambas as doenças.

Segundo um artigo publicado na revista científica “Science”, foi utilizada a técnica de cristalografia de raios-X para determinar a estrutura da molécula CXCR4 e o seu mecanismo de acção.

Esta descoberta poderá abrir portas para o desenvolvimento terapêutico, embora, segundo os autores, seja necessário aprofundar o conhecimento sobre o funcionamento da CXCR4.

Esta molécula faz parte da família de proteínas designada por receptores acoplados à proteína G, responsáveis pela transmissão de sinais do exterior das células para o seu interior. Desta forma, ajudam a controlar quase todos os processos do organismo, inclusivamente o crescimento celular, a secreção hormonal e a activação do sistema imunitário.

No entanto, quando os sinais que activam o receptor não estão devidamente regulados, a CXCR4 pode estimular o crescimento e a metastização dos tumores.


De acordo com os investigadores, a imagem criada poderá permitir
“desenhar” novos compostos que regulem a actividade daquela molécula ou bloqueiem a entrada do HIV nas células.

 

 

Bancos de tumores de hospitais públicos à disposição
da Fundação Champalimaud

Ana Jorge assinou protocolo de cooperação na área de investigação em oncologia

Os investigadores da Fundação Champalimaud vão ter acesso aos bancos de tumores dos hospitais públicos para ajudar na investigação científica, revelou hoje a ministra da Saúde. Na sua primeira visita com o Centro para o Desconhecido da Fundação Champalimaud em funcionamento, Ana Jorge assinou o protocolo de cooperação na área de investigação em oncologia.

“Os bancos de tumores existem nas instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e foi muito conquistado pelos profissionais portugueses, porque necessitam deles para os processos de investigação. Aquilo que o protocolo permite é que pode haver processos de investigação em conjunto”, referiu Ana Jorge aos jornalistas.

Também a presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza, sublinhou que os investigadores precisam de ter acesso a doentes e a material que possa ser estudado.

Em contrapartida, “a fundação abre as portas aos investigadores e aos médicos do SNS” para um trabalho conjunto. “O protocolo também possibilita fazermos, em conjunto com outras instituições, investigação clínica, incluindo doentes que estão em instituições do SNS ou aqui”, afirmou.

Globalmente, o protocolo assinado abre a porta a que as pessoas com cancro seguidas no SNS tenham acesso aos tratamentos e à investigação do centro Champalimaud. Contudo, a percentagem de pacientes a serem tratados e os custos que este encaminhamento envolve para o Estado ainda não estão definidos. Ana Jorge apenas revelou que os doentes com cancro da mama serão uma das prioridades nesta cooperação entre o Estado e a fundação.

“Frequentemente temos necessidade de fazer o rastreio e identificação dos casos suspeitos, que terão de fazer uma confirmação, diagnóstico e tratamento. A fundação poderá entrar nesta parte, quer no diagnóstico, quer no tratamento dos doentes. Alguns poderão ser tratados aqui outros nas instituições do SNS, estabelecendo uma percentagem”, declarou.

 

 

sexta-feira, 25 de março de 2011

Novo dispositivo para tratamento de cancro aumenta qualidade de vida dos doentes

O tratamento do cancro tem mais um aliado: um dispositivo portátil, já aprovado nos Estados Unidos, que interrompe a divisão das células cancerígenas onsequentemente, trava o crescimento e propagação de tumores no cérebro.

O aparelho, fabricado em Israel, foi concebido para tratar adultos com um dos cancros mais comuns e que mais resistem aos tratamentos de quimio e radioterapia, o glioblastoma multiforme (GBM). "O glioblastoma multiforme recorrente é um tipo de cancro cerebral devastador que frequentemente resiste aos tratamentos padrões", explicou Jeffrey Shuren, director da Food and Drug Administration (FDA), entidade americana responsável pela aprovação deste dispositivo.

Esta nova alternativa de tratamento, que foi aprovada depois de realizado um estudo internacional com 237 doentes, é composta por um conjunto de eléctrodos implantados no couro cabeludo do doente que emitem descargas eléctricas de baixa intensidade para “atacar” o tumor cerebral. Com um peso de 2,7 quilogramas, funciona com baterias ou com energia eléctrica. Pode ser utilizado em casa pelos doentes, que conseguem assim manter as suas actividades diárias com normalidade.

A  principal vantagem da utilização do “NovoTTF-100A” consiste, precisamente, na melhoria da qualidade de vida e não no aumento do período de sobrevivência dos doentes, comparativamente aos que se submetem a quimioterapia. O estudo registou que, em ambos os casos, há seis meses de vida adicionais.

De acordo com a FDA, os doentes que foram submetidos ao tratamento com o dispositivo sentiram uma maior incidência de efeitos neurológicos secundários, incluindo convulsões e dores de cabeça, em comparação aos que recorreram à quimioterapia. Contudo, não reportaram problemas de náuseas, anemia, fadiga, diarreia e infecções graves, como habitualmente ocorre com a toxicidade da quimioterapia.

 

 

 

Fundação Champalimaud chega a acordo com Ministério da Saúde

Os serviços clínicos serão iniciados a meio do mês de Junho


A Fundação Champalimaud já chegou a um acordo com o Ministério da Saúde que tem “uma expressão mais ampla do que apenas o tratamento de doentes”, anunciou hoje a presidente, Leonor Beleza.

“Houve um acordo entre a ministra da Saúde e a Fundação, que dentro de muito pouco tempo será conhecido, mas eu quero que seja conhecido através do Ministério”, afirmou hoje Leonor Beleza durante uma conferência de imprensa, adiantando que este entendimento tem “uma expressão mais ampla do que apenas o tratamento de doentes”.

A presidente da Fundação Champalimaud adiantou que “aquilo que vai acontecer é que beneficiários do SNS, como de outros subsistemas, poderão ter acesso a tratamentos no centro”.

Além disso, adiantou Leonor Beleza, “o centro funcionará também como uma plataforma, quer ao nível da investigação do cancro como do tratamento, onde poderão colaborar esta instituição, bem como instituições do SNS”.

“O que está programado é que possamos, em conjunto, por exemplo, participar em redes de ensaios clínicos, em que não estarão apenas pessoas que estão a ser tratadas aqui, mas também pessoas que estão a ser tratadas noutros locais, nomeadamente em hospitais do SNS”.

Leonor Beleza referiu ainda que a Fundação fornecerá as plataformas para os ensaios clínicos e trabalhos de investigação em que poderão participar em conjunto médicos de outros hospitais e investigadores de outras instituições. “Dispomos de laboratórios, espaços, equipamentos e pessoal que pode auxiliar, e é essencial na realização de ensaios clínicos”, disse.

Três novos directores
O radioterapeuta e investigador norte-americano, de origem israelita, Zvi Fuks será o director do Centro de Investigação Champalimaud.Leonor Beleza anunciou também hoje, no final de uma reunião do Conselho de Curadores da Fundação Champalimaud, que o radioterapeuta italiano Carlo Greco vai dirigir a investigação clínica em cancro e que o oncologista português, e professor da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, António Parreira será o director clínico do hospital de dia do Centro.

Os nomes dos três novos directores juntam-se ao do neurocientista norte-americano Zachary Mainen, director de investigação na área das neurociências.
A presidente da Fundação Champalimaud sublinhou que o que está em causa é “um acordo de carácter recíproco”. “Aquilo que está combinado entre o Ministério da Saúde e nós é que em conjunto constituiremos plataformas de trabalho”, disse. A Lusa tentou contactar o Ministério da Saúde para tentar obter mais esclarecimentos sobre este acordo, mas até ao momento tal não foi possível.

Serviços clínicos em Junho

“Os serviços clínicos são iniciados a meio do mês de Junho”, afirmou ainda Leonor Beleza, adiantando que a Fundação irá“trabalhar por áreas de cancro sucessivamente”, ou seja, “abrindo sucessivamente áreas diferentes de tratamento, e a primeira é a do cancro da mama”. A presidente da Fundação adiantou que tem havido “uma espécie de voluntariado”, pessoas que têm manifestado desejo não só em serem tratadas na instituição, “mas também serem incluídas em ensaios clínicos”.

“Há uma expectativa grande das pessoas em relação ao que possamos fazer aqui em termos de tratamento, mas também uma expectativa muito grande em relação ao que possamos fazer em termos de avanços em relação ao tratamento”, disse. Ainda antes de o centro de investigação e tratamento da Fundação abrir portas, adiantou Leonor Beleza, “há um sem número de pessoas que têm contactado para dizerem que estão disponíveis para serem incluídas em ensaios experimentais de tratamento”“Tem sido uma experiência muito positiva perceber que há tanta gente interessada em contribuir para o avanço da ciência”, concluiu.


"Apagão" dia 26 contra o aquecimento global


Monumentos e símbolos arquitectónicos de diversos países vão aderir à iniciativa "Hora do Planeta" e desligam as luzes às 20.30 horas de 26 de Março para alertar contra o aquecimento global.

O objectivo da Hora do Planeta, entre as 20.30 horas e as 21.30 horas, é levar os cidadãos a desligarem as luzes, assinalando o seu compromisso com o planeta, partilharem histórias e acções que beneficiem a Terra, através da Internet, e adoptarem comportamentos diários sustentáveis, como explica a WWF, a associação ambientalista promotora da iniciativa.
Gateway of India ou o Cristo Redentor, no Brasil, Torre Eiffel, em França, Ponte da Liberdade, na Hungria, a Sinfonia de Luzes de Hong Kong (maior luz permanente do mundo) são exemplos de pontos de referência mundiais que se associam à defesa do planeta, enquanto em Portugal a WWF refere centenas de monumentos de 40 cidades.
Em Lisboa, a Ponte 25 de Abril, as estações do Rossio e de Santa Apolónia, o Aqueduto das Águas Livres, o Teatro D. Maria II, a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos estarão às escuras.
Àqueles "pontos de referência irão juntar-se a centenas de milhões de pessoas, de empresas, comunidades e governos, em todo o mundo, que desligarão as luzes durante a Hora do Planeta, transcendendo as barreiras de raça, religião, cultura, sociais, geracionais e da geografia, numa celebração global do compromisso com a protecção da única coisa que nos une a todos - o planeta", salienta um comunicado da WWF.
Nepal, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Vietname, Finlândia, África do Sul, Japão, China, Turquia, Hungria são outros países onde será visível a participação na iniciativa.

Investigadores portugueses descobrem gene supressor de cancro

Desenvolvimento de moléculas perdidas poderá resultar em novas ferramentas terapêuticas

Uma equipa de investigadores portugueses – do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) e do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra –, com a colaboração de parceiros de Santiago de Compostela e outras instituições, identificaram“um gene supressor do cancro".

O estudo liderado por Paula Soares, do IPATIMUP, que contou ainda com o seu colega Hugo Prazeres e os investigadores do IPO-Coimbra, Fernando Rodrigues e Teresa Martins, foi recentemente publicado no jornal «Oncogene».

O LRP1B “é um gene que está normalmente presente nas células e cuja expressão pode perder-se”, ou seja, “quando está presente retém o crescimento do tumor e quando ausente permite o seu desenvolvimento", segundo explicou Paula Soares ao «Ciência Hoje».

Este receptor de lipoproteínas, pertencente à família dos LDL, existente na membrana celular, "tem a função de transportar vários componentes da matrix extracelular", como por exemplo, o colesterol. A perda do gene LRP1B já “foi detectada em vários tipos de tumores”, prosseguiu a cientista do grupo de Biologia do Cancro. Os resultados agora publicados sugerem que a perda de LRP1B está relacionada com o desenvolvimento de cancro da tiróide.

O modelo estudado, por esta equipa de investigação, foi o carcinoma da tiróide. “Tentamos perceber de que forma é que a perda de expressão deste gene contribui para o crescimento tumoral”, sustentou ainda Paula Soares. O LRP1B não age directamente no tumor, mas em moléculas, existentes na matriz extracelular, importantes em diferentes tipos de cancro - o que torna a investigação mais aliciante, tendo em conta que poderá ser aplicada em outros tumores.

Novas terapias
Uma comparação entre tecidos de tiróides normais e cancerosos mostrou que quanto menos LRP1B existisse no tecido tumoral da tiróide, mais agressivo parecia ser. Numa segunda fase, quando os cientistas introduziram o LRP1B em células cancerígenas, observaram que as células positivas cresciam menos e tinham menos capacidade de invadir novos tecidos.

A esta nova descoberta irão seguir-se várias novas possibilidades. Segundo a principal autora do estudo,“por um lado, vamos iniciar um programa financiado pela FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia), para saber de que forma este gene altera o micro-ambiente das células tumorais; por outro, perceber em que outros tipos de tumor há perda de expressão deste gene”.

A ambição, por agora – e após perceber em que tipo de carcinoma existe alteração de expressão deste gene –, é tentar modificar o comportamento tumoral. “Sabemos que existe a possibilidade de sintetizar moléculas que mimetizem a acção normal do gene. O objectivo é reconstruir a acção que se perdeu”, concluiu a investigadora do IPATIMUP. O desenvolvimento destas moléculas poderá, num futuro próximo, resultar em novas ferramentas terapêuticas.

A cooperação entre o robô e o cirurgião


Politécnico desenvolve aplicação robótica para cirurgia ortopédica

Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), através da sua Escola Superior de Tecnologia (EST), está a desenvolver uma aplicação na área da robótica médica, para permitir aumentar a precisão de cirurgias na área da ortopedia.

Em declarações à Lusa, o coordenador do projecto e docente na EST, Paulo Gonçalves, explicou “que a aplicação promove a colaboração entre um robô e o cirurgião para aumentar a precisão de um procedimento cirúrgico para substituição da superfície da anca”. Paulo Gonçalves adiantou que “a tecnologia a desenvolver tem a particularidade de poder ser aplicada a outros procedimentos cirúrgicos”, como no joelho.

A equipa envolvida no projecto integra também o docente Pedro Torres e os bolseiros de investigação Nuno Catarino e Rui Carvalho. O projecto, designado HIPROB, envolve, além da Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco, o Instituto Superior Técnico e vários especialistas em ortopedia.

Paulo Gonçalves assegurou que o projecto traz duas inovações: “a primeira, a desenvolver pelo Instituto Superior Técnico, traduz-se na possibilidade de cooperação entre o robô e o cirurgião”, enquanto a segunda, da responsabilidade do IPCB, passa por conseguir que a posição calculada no pré-operatório não seja alterada durante a cirurgia.

“Para tal, são utilizadas imagens ecográficas em detrimento dos actualmente utilizados raios-X”, disse Paulo Gonçalves. O coordenador do projecto sublinhou que, “deste modo, consegue-se evitar colocar parafusos de localização no osso do doente e não expor a equipa médica e doente a radiação”.
Para o presidente do IPCB, Carlos Maia, “este é um caso claro do reconhecimento da capacidade instalada no Instituto Politécnico de Castelo Branco”.

Carlos Maia revelou que, “no campo cirúrgico, independentemente da área de intervenção, a precisão é um factor fundamental para o sucesso, pelo que o aperfeiçoamento da técnica vai permitir a prestação de melhores cuidados de saúde à população”. O projecto, que termina em 2013,conta com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Investigador da Carolina do Sul desenvolve carne em laboratório
Um cientista norte-americano pensa ter descoberto a fórmula para fazer frente à futura crise alimentar, através de uma forma de desenvolver carne em laboratório.

Vladimir Moronov, biólogo e director do Centro Avançado de Bio-fabricação de Tecido  (Advanced Tissue Biofabrication Center), do departamento de Medicina Regenerativa e Biologia Celular da Universidade Médica da Carolina do Sul, trabalha com o intuito de criar carne há já uma década, no seu pequeno laboratório.

Inicialmente, Monorov dedicou-se à criação de tecidos, cuja aplicação seria para órgãos humanos. O crescimento de "in vitro" ou a engenharia do tecido através de cultura de células, também já está a ser desenvolvida na Holanda. Até agora, o grande problema com que se tem deparado tem sido a falta de financiamento.

A medida poderá repudiar muita gente; contudo, o cientista defende que já existe uma série de produtos de consumo regular, considerados naturais, produzidos de forma similar – os iogurtes, a cerveja e o vinho são apenas alguns.
 

Monorov prevê futuros edifícios do tamanho de um campo de futebol preenchidos com grandes bioreactores, ou então do tamanho de uma máquina de café em mercearias, a que lhe chama
 “charlem” – "Charleston engineered meat" (Engenharia da carne de Charleston). Será uma forma funcional, natural de desenhar comida.

A carne será geneticamente criada por encomenda – com um pouco de gordura, com o sabor do porco ou vitela, por exemplo. O investigador acredita que poderá ser, num futuro próximo, desenvolvida sem genes. Entretanto, alimentos geneticamente modificados já começam a ser práticos comuns.


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Nanodiamantes podem melhorar tratamento do cancro

Investigador Dean Ho fala em alternativa eficaz


Um artigo científico hoje divulgado defende que a junção de diamantes de tamanho muito reduzido à quimioterapia pode melhorar o tratamento do cancro. Dean Ho, professor de engenharia bioquímica e mecânica na Universidade norte-americana de Northwestern, sustenta que o nanodiamante pode ser uma alternativa eficaz para aplicar medicamentos em cancros de tratamento difícil.

São materiais com base de carbono de dois a oito nanómetros de diâmetro (um nanómetro é um milionésimo de milímetro) que os cientistas dizem agora que poderia ajudar a inverter a resistência do cancro à quimioterapia, que contribui para 90 por cento das metástases.

A superfície de cada nanodiamante tem grupos funcionais que permitem que se liguem a uma gama de compostos, incluindo os agentes da quimioterapia. Os investigadores ligaram a este material o composto doxorubicin, que se usa na quimioterapia, usando um processo que permite libertar o fármaco de forma gradual, aumentando a sua retenção e a sua eficácia sobre o tumor.

Nos seus estudos de cancro de fígado e de mama, Dean Ho e a sua equipa verificaram que quantidades normalmente fatais de compostos de quimioterapia, quando associadas aos nanodiamantes, permitiram diminuir o tamanho de tumores em ratos e também melhorar as taxas de sobrevivência, sem efeitos secundários nos tecidos ou nos órgãos.

Segundo o artigo publicado na «Science Translational Medicine», este é o primeiro trabalho que demonstrou o potencial dos nanodiamantes no tratamento de cancros que se tornaram resistentes à quimioterapia. “Este método poderia melhorar significativamente a eficácia do tratamento do cancro resistente aos medicamentos e poderia melhorar ao mesmo tempo a segurança no tratamento”, indica Dean Ho.


Evolução da biomecânica do corpo humano

EUROMECH: Reunião internacional decorre esta semana nos Açores


A biomecânica do movimento humano é o tema da reunião internacional que começou ontem nos Açores, onde estão em análise modelos de engenharia usados na criação de próteses para melhorar a qualidade de vida de pessoas com mobilidade reduzida.

Colocadas em cirurgias às ancas ou aos ombros, são casos "estudados com modelos mecânicos", afirmou Jorge Ambrósio, do Instituto Superior Técnico, salientando que "os mesmos que são usados para a construção de um carro ou de um edifício são também usados para o corpo humano, com a supervisão dos médicos".

O especialista referiu ainda que esta é uma forma de melhorar a qualidade de vida, nomeadamente através da "possibilidade de manter o movimento com os mesmos padrões que, por doença ou acidente, não se podem manter".

Jorge Ambrósio falava à margem do colóquio EUROMECH, que decorre até depois de amanhã na Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, com a participação de 80 engenheiros e médicos de Portugal, Alemanha, Holanda, Bélgica, Itália, França, Dinamarca, EUA, Brasil, Espanha, Rússia, Polónia, República Checa, Eslováquia.

Durante os dois dias de trabalhos, estes especialistas vão debater a biomecânica do movimento humano, analisando as novas fronteiras da aplicação clínica das técnicas que têm vindo a ser desenvolvidas na Europa.

“A biomecânica tem uma especificidade muito interessante que junta engenheiros e médicos", frisou Jorge Ambrósio, salientando, ao nível da ortopedia, a possibilidade de criar ortóteses e próteses para "aumentar a qualidade de vida dos doentes", por exemplo, com pé diabético.

Com engenharia mecânica ou civil

Nesse sentido, frisou que "estão a ser usados modelos mecânicos típicos da engenharia mecânica ou civil para modelar e descrever como é que os seres humanos caminham e correm”, afirmou o especialista.

Jorge Ambrósio destacou ainda o caso de cirurgias à anca ou ao ombro, em que há substituição dos tecidos naturais por artificiais, salientando que estas operações implicam, não só remoção de uma parte dos ossos, que são substituídos pelas próteses, mas também a recolocação dos músculos em localizações que não são exactamente as naturais. Nesta área, disse existir um número crescente de cursos de engenharia biomédica, que são ministrados por engenheiros e médicos.

As iniciativas EUROMECH são promovidas pela Sociedade Europeia de Mecânica, sendo o encontro subordinado ao tema 'Biomechanics of Human Motion. New Frontiers of Multibody Techniques for Clinical Applications'. Esta iniciativa é uma organização das universidades Técnica de Lisboa, dos Açores e do Minho, contando ainda com a colaboração de instituições universitárias da Holanda e da Alemanha.


Prémio distingue técnica de detecção do cancro do colo do útero

Tecnologia “eficaz e de baixo custo” para a detecção precoce de Papilomavírus

O investigador Rui Pereira Nobre é o vencedor do Prémio Bluepharma/Universidade de Coimbra 2010, pelo desenvolvimento de uma tecnologia“eficaz e de baixo custo” para a detecção precoce do cancro do colo do útero, foi hoje anunciado.

Investigador em pós-doutoramento no Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (UC), Rui Pereira Nobre foi premiado pela sua tese de doutoramento, que levou ao"desenvolvimento e à validação clínica de uma tecnologia eficaz e de baixo custo, que permite detectar, com elevada sensibilidade, todos os tipos de Papilomavírus Humano [HPV], identificar o tipo específico de vírus e classificá-lo de acordo com o seu risco oncogénico”.

De acordo com o investigador, esta tecnologia “contribui para uma melhoria significativa nos cuidados de saúde, uma vez que permite ao clínico identificar, numa fase precoce e assintomática, as mulheres que realmente apresentam um risco acrescido para o desenvolvimento do cancro”.

A tecnologia já foi submetida a patente e está a ser implementada na prática clínica do Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil, EPE, segundo uma nota de imprensa. Rui Pereira Nobre candidatou-se ao Prémio Bluepharma/Universidade de Coimbra 2010 com a tese intitulada “Descodificando o papel do Papilomavírus Humano no desenvolvimento do cancro do colo uterino: nova perspectiva filogenética e novos conceitos patogénicos”.

Neste trabalho, que teve como resultado final o desenvolvimento daquela tecnologia, o autor visou a“caracterização do espectro de todos os tipos de Papilomavírus Humano anogenitais presentes na população portuguesa”, é referido numa nota de imprensa.

Dois pedidos de patente


O cancro do colo do útero é actualmente uma das principais causas de morte por cancro nas mulheres, estimando-se que, anualmente, sejam diagnosticados 493 mil novos casos em todo o mundo. No valor de dez mil euros, o Prémio Bluepharma/Universidade de Coimbra 2010 foi anunciado e entregue hoje na sessão comemorativa do 721.º aniversário da universidade.

Distinguido com o Prémio BES Revelação em 2007 e vencedor dos Concursos Nacional de Inovação BES, no mesmo ano, e Nacional de Bioempreendedor, em 2006, Rui Pereira Nobre registou, nos Estados Unidos da América, dois pedidos de patente internacional.

Foi responsável pela descoberta, isolamento e sequenciação completa do genoma de um vírus humano – Papilomavírus 108. Na sessão, que marcou o arranque da XIII Semana Cultural da UC, foi entregue também o Prémio Universidade de Coimbra à investigadora Maria de Sousa.


Impressora para tecidos biológicos é o futuro
da medicina reconstrutiva


Tecnologia desenvolvida na Universidade de Cornell foi apresentada no encontro da AAAS


Uma impressora 3D desenvolvida para imprimir com tecidos biológicos foi uma das novidades apresentadas no encontro da AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência), que terminou na passada segunda-feira, em Washington.

Este aparelho foi desenvolvido na Universidade norte-americana Cornell, por uma equipa de investigadores liderada por Hod Lipson. Actualmente, estão a trabalhar na impressão de orelhas para serem usadas na medicina reconstrutiva.

O objectivo desta tecnologia é promover uma melhor e mais eficaz reconstrução. Os investigadores querem que no futuro cada paciente tenha todos os pormenores do seu corpo armazenados nos computadores dos médicos.

Quando uma pessoa necessitar de uma nova cartilagem ou até um osso, as informações estarão disponíveis para se realizar uma reconstrução perfeita.

Depois, as células do próprio paciente serão recolhidas e postas em cultura para serem usadas como “tinta” para imprimir novas partes do corpo. A impressora, explicam os cientistas, funciona basicamente como uma de jacto de tinta ou de um plotter de impressão. Dentro de uns 20 anos, acreditam os investigadores, esta tecnologia poderá fazer parte do quotidiano médico.


Será a Biologia a ciência do século XXI?

Por promover a interligação e a integração de diversos campos científicos, a Biologia é a ciência do século XXI. Ao longo do último século, o conhecimento científico e suas aplicações práticas evoluíram exponencialmente em simultâneo com o desenvolvimento tecnológico. As inovações tecnológicas conduziram a descobertas por inspirarem novas possibilidades e aproximações a questões científicas antigas.

Na realidade actual, a Biologia tornou-se um campo de investigação tão vasto que é necessário ser estudada não como uma única disciplina, mas sim dividida em várias disciplinas subordinadas.

* investigadora na área da Genética

A importância da Biologia é corroborada por vários cientistas, que apontam como principal fundamento o facto de esta abranger um espectro amplo de áreas académicas frequentemente consideradas disciplinas independentes, mas que, no seu conjunto, estudam a vida nas mais variadas escalas.


Os estudos em áreas como Biotecnologia, Bioengenharia, Biofísica, Astrobiologia, entre outras, têm protagonizado o papel principal na comunidade científica a nível mundial. O sucesso deste particular campo da ciência prende-se pelo facto das fronteiras entre diversas disciplinas serem muito fluidas, sendo que a maioria das disciplinas recorre frequentemente às técnicas de outras, segundo justificam os investigadores.


No entanto, o desenvolvimento acelerado da ciência, no sentido lato da palavra, também levanta questões relativamente à ética ou, por vezes, à falta da mesma. Relativamente a esse aspecto, a Biologia contém um papel fundamental, uma vez que a sua aplicação cada vez mais diversificada promove uma crescente sensibilização na sociedade actual para questões de natureza ambiental e bioética.


Em suma, o facto de a Biologia estar presente e funcionar como “fio condutor” entre as diversas disciplinas científicas, aponta-a como a ciência do século XXI.


Produto deverá ser comercializado ainda este ano



Os chuveiros e autoclismos são os responsáveis pelos gastos domésticos mais significativos de água, entre 70 e 80 por cento.
Os chuveiros e autoclismos são os responsáveis pelos gastos domésticos mais significativos de água, entre 70 e 80 por cento.
O desperdício doméstico de água em Portugal atinge anualmente três mil milhões de metros cúbicos, o que equivale a 750 milhões de euros, mas está em vias de ser minimizado.

Um investigador da Universidade de Aveiro (UA) criou uma torneira misturadora inovadora que vai permitir reduzir o desperdício de água em casa. Este dispositivo, que se encontra patenteado a nível internacional, permite reutilizar a água que é desperdiçada cada vez que se abre a torneira da água quente e se espera que ela aqueça.

“Em média, são três litros de água potável que correm directamente para o esgoto, por cada utilização”,estima Vítor Costa, que desde 2007 tem vindo a trabalhar neste projecto que permite que a torneira só forneça água quando já está quente, de acordo com a temperatura desejada.

“A água fria, que se encontra na tubagem, entre a caldeira/esquentador e a torneira, é guardada num reservatório e entra novamente na rede, o que pode representar uma economia de centenas de litros de água no final do mês”, adiantou o docente da UA.

O sistema pode também ser usado em instalações antigas sem a necessidade de fazer grandes obras de construção. “Pode usar-se com uma torneira usual, mas é preciso acrescentar um componente hidráulico e um reservatório que vai acumular a água”, explicou.

Desenvolvido em conjunto com a Metalúrgica Luso-Italiana, uma empresa portuguesa que concentra a sua actividade no fabrico e comercialização de torneiras, este sistema misturador com função de poupança de água deverá chegar ao mercado ainda este ano. “Temos alguns protótipos que funcionam e, neste momento, estamos na fase de fazer as últimas afinações”, referiu Vítor Costa, que prevê que o produto possa estar à venda “muito em breve”.

De acordo com o investigador, a perspectiva de comercialização e conquista de mercado por um produto deste género é “muito grande”e, embora o sistema seja “mais caro” do que uma torneira convencional, a diferença de preços irá compensar a médio/longo prazo, em termos da poupança da água.

O investigador sublinha ainda que a escolha deste produto pode ser importante para obter uma boa classificação energética dos edifícios, acrescentando que o sistema não usa qualquer fonte adicional de energia.

O nosso primeiro cartaz

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Grandes cidades como Nova Iorque, Londres e Xangai emitem menos gases com efeito de estufa para a atmosfera,per capita, do que outras de menor dimensão como Denver ou Roterdão.

Um estudo publicado na revista"Environment and Urbanization" avaliou dados de cem cidades em 33 países para perceber quais as metrópoles que causavam mais poluição.

Embora se tenha verificado que as maiores cidades são responsáveis por 71 por cento das emissões de dióxido de carbono, o facto de os cidadãos desses locais terem começado a substituir os carros por transportes públicos ajudou a diminuí-las. 
As emissões da cidade de Denver, no oeste dos Estados Unidos, equivalem ao dobro das de Nova Iorque, onde há um sistema de metro amplamente utilizado, e são superiores às de Xangai, Paris ou Atenas. De acordo com o estudo, isto pode dever-se ao facto de as populações destas cidades usarem  menos o automóvel para se deslocarem.

As metrópoles chinesas foram avaliadas separadamente, pois têm emissões médias muito superiores ao país como um todo. Pequim, por exemplo, emite 10,1 toneladas de carbono, enquanto a média da China está estimada em 3,4 toneladas. "Isto reflecte a grande dependência de combustíveis fósseis para a produção de electricidade, uma base industrial significativa em muitas cidades e uma população rural relativamente grande e pobre", referem os investigadores.

Roterdão, na Holanda, teve uma classificação negativa devido à forte industrialização. Tem um índice de emissões per capita de 29,8 toneladas de carbono, enquanto a Holanda apresenta uma média de 12,67 toneladas, o que é demonstrativo do forte impacto do porto da cidade, que atrai indústrias, assim como o abastecimento de navios.

De acordo com os autores do estudo, este índice é similar para as cidades com aeroportos muito movimentados e enfatiza a necessidade de ver as emissões das cidades de forma cautelosa.

O estudo também aponta outras tendências, como as cidades de climas frios terem emissões maiores, e países pobres  terem emissões per capita inferiores aos países desenvolvidos. 




Italianos projectam ponte que produz energias renováveis



Designers italianos desenvolveram o projecto de uma ponte que não se limita a unir duas margens, mas que incorpora painéis solares e  aerogeradores e tem capacidade para produzir mais de 40 milhões de quilowatts de energia por ano.


Francesco Colarossi, Giovanna Saracino e Luisa Saracino são os autores do “Solar Wind”, o projecto que aproveita o espaço inutilizado de um viaduto localizado no sul da Itália para produzir electricidade suficiente para abastecer 15 mil casas.


Os aerogeradores seriam colocados entre os pilares que suportam os 20 quilómetros de tabuleiro da ponte, onde seriam instalados os painéis solares. 
A restante área do viaduto poderia ser transformada num parque para os motoristas pararem e descansarem ou até usufruirem de um lanche de produtos biológicos produzidos e vendidos no local. Além disso, poderiam contemplar a vista panorâmica para a costa italiana.


Este projecto foi concebido para um concurso realizado pelo governo da região da Calábria, na Itália, com o objectivo de angariar ideias para substituir de forma sustentável algumas pontes velhas e não utilizadas existentes no local.


O "Solar Wind" conquistou o segundo lugar, enquanto o primeiro prémio foi entregue a um trabalho inglês que projecta uma ponte com pouco impacto ao nível paisagístico.



Torre Eiffel ‘verde’ para Taiwan


As características básicas assemelham-se às da Torre Eiffel, mas distingue-se por elevadores auto-sustentados por balões de hélio, além de serem construídos com materiais leves (emprestado da indústria de naves espaciais), envoltos por uma espécie de membrana de última geração (PTFE) que os faz deslizar na vertical numa faixa colocada num campo electromagnético.

A curiosa construção, desenhada por DSBA e Upgrade Studio, venceu o Concurso Internacional para a nova Torre de Observação de Taiwan. Os elevadores são do estilo zeppelin e deslizam numa espécie de “tronco”, servindo de plataformas de observação ou mirante sobre Taiwan. A torre irá ser composta por oito células e cada uma poderá levar 50 a 80 pessoas.

A estrutura, conhecida como Taiwan Tower, separa a ilha da China continental, próximo de Taichung e incluirá escritórios, um museu e restaurantes. Mas a característica principal é que beneficia de performances ambientais. Para além de ser equipada por eixos eólicos e painéis solares, terá um sistema de recuperação de águas pluviais que será reutilizada a seguir. As obras devem começar por volta de 2012 e terminar em 2014.